sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O CINEMA BRASILEIRO EM ALTA!


O cinema brasileiro está cada vez mais em alta. Depois do grande e sensacional sucesso do filme Tropa de Elite, do diretor José Padilha, lançado em 2007, agora é a vez do longa, “174- Última Parada” produzido pelo diretor Bruno Barreto.
A mais nova produção promete ser sucesso nas bilheterias brasileiras, o filme tem duas horas de duração, e conta a história do órfão Sandro, que seqüestrou um ônibus na cidade do Rio de Janeiro e transformou aquela tarde em um dia de terror que foi transmitido para todo o Brasil.
O “espetáculo” transmitido pelos veículos de comunicação que chocou a sociedade, já havia sido transformado em um documentário, e agora Bruno Barreto após algum tempo de pesquisa e dedicação juntamente com o roteirista Bráulio Mantovani, resolveram levar o episódio para as grandes telas de cinema.
Bruno procurou o máximo trazer a realidade do fato ocorrido, a prova disso é que em vez de atores já conhecidos do público, ele trabalhou com atores com pouca experiência e não-atores que participam de grupos de teatro das comunidades carentes do Rio de Janeiro. O filme não é como os outros, pois não traz uma história que tem como foco mocinhos e bandidos, e nem conta com um final feliz. Mas sim a realidade da grande e desprezível violência carioca. Como é o caso do 174, que traz um jovem de 22 anos, órfão que se revolta com a condição de vida miserável na qual vive, a partir daí passa a fazer parte de um mundo sem volta, o do crime.
O filme além de grandes surpresas, mostra com detalhes toda a trajetória daquele dia que abalou a sociedade brasileira, trazendo a tona os caminhos que possibilitam os jovens a praticar cada vez mais violência, principalmente nas grandes cidades.
Além de fazer com que o nosso país ganhe cada vez mais destaque cultural com bons filmes brasileiros e conquiste muitos troféus.


Nívea Daniele Batista

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cerimônia do Grammy Latino no Brasil acaba em muitos erros


A premiação principal aconteceu em Houston no Texas e este ano foi a primeira vez que tivemos um acompanhamento do Brasil ao vivo na premiação do Grammy Latino.Mas como a apresentação se deu muito desastrosa, esta provavelmente será a primeira e última apresentação exibida no Brasil. A cerimônia de entrega dos troféus brasileiros da mais prestigiada premiação musical do mundo, realizada pela Band direto do Auditório do Ibirapuera, foi marcada por erros de produção e ausência de artistas.

A cerimônia brasileira era alternada com a transmissão do Grammy Latino em Houston, Texas. O apresentador do programa CQC Marcelo Tas e a celebridade Daniela Cicarelli foram os apresentadores da cerimônia. Os apresentadores foram muito artificiais, pois não fizeram nada além de ler o teleprompter que já continha os textos prontos para serem lidos. E tudo ao vivo.



Pequenos problemas, como vinhetas que chamavam o prêmio errado, foram comuns durante toda a noite. Mas a gafe mais grave aconteceu durante a entrega do troféu de “Melhor álbum de música tradicional regional ou de raízes brasileiras”, apresentado pela dupla sertaneja As Galvão. Um envelope com o vencedor de outra categoria – Seu Jorge, ganhador do “Melhor álbum de MPB” - foi entregue à dupla, que leu o resultado, estragando a surpresa de uma categoria que só seria revelada alguns blocos depois. Felizmente, Mary e Marilene Galvão lidaram com o erro da produção da melhor maneira possível: esbanjando bom humor e naturalidade que faltaram ao restante da premiação.

E ainda por cima foi anunciado que os ganhadores receberiam os prêmios em casa, Grammy por correspondência!!!

Além dos problemas de organização, o Grammy brasileiro também foi marcado pela ausência de seus principais vencedores. Beth Carvalho (Melhor álbum de samba e pagode), Vanessa da Mata (Melhor álbum pop contemporâneo brasileiro), Elba Ramalho (Melhor álbum de música contemporânea regional ou de raízes brasileiras), Seu Jorge (Melhor álbum de MPB), César Menotti & Fabiano (Melhor álbum de música romântica) e Soraya Moraes (Melhor canção) não deram as caras.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Um breve relato da história de Gilse Cosenza

Gilse Cosenza, Assistente Social formada pela Puc MG era ex-líder estudantil e tinha 18 anos em 1964. Foi presa e torturada por discordar da ditadura na década de 60. Depois, optou permanecer na clandestinidade, mudou de nome inúmeras vezes e lutou pelos direitos da mulher. Iniciou na década de 1960 sua militância na Juventude Universitária Católica e elegeu-se vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes da PUC de Minas Gerais. Hoje faz parte da direção do PCdoB e também atua no movimento popular da mulher.

Gilse era a integrante de uma lista de 17 estudantes onde era a única mulher do grupo e considerada perigosa, pois além de progressista era inteligente, por ter passado em primeiro lugar na Puc e ter notas acima de 9,5. Depois de formada, foi obrigada a fugir e viver na clandestinidade, mudou de nome e começou a trabalhar em uma fábrica têxtil em Belo Horizonte, a Renascença. Se casou na clandestinidade e logo depois engravidou. Continuou todos os trabalhos que fazia, as reuniões madrugada a dentro, a panfletagem e tudo que poderia fazer para ajudar os companheiros de luta.

Em uma dessas reuniões Gilse não parava de ir ao banheiro, quando descobriram que sua bolsa tinha se rompido. Achava que não, pois estava de noves meses de gravidez. Foi levada para o Hospital das Clínicas e descobriu que iria ter gêmeos. Os companheiros que a acompanhavam tiveram que conseguir um médico progressista, pois ali ela seria descoberta e presa.

Conseguiram um médico espírita, que fez o parto e não cobrou pelos serviços. As crianças tiveram que permanecer no hospital na incubadora para ganhar peso. Depois de quinze dias uma das gêmeas morreu e Gilse ficou apenas com uma das meninas. Quando sua filha Juliana completou quatro meses, Gilse foi presa pela ditadura e submetida a torturas físicas e psicológicas, com espancamentos, choques elétricos e pau-de-arara, além de estupros. Ela queria enlouquecer o quanto antes, pois os militares ameaçavam pegar sua filha Juliana e torturá-la caso não colaborasse com os inquéritos.

Depois de tudo o que sofrera, Gilse foi conseguiu ser libertada por um advogado que também era progressista e que a aconselhou sumir, pois se a pegassem novamente ela poderia até morrer. Por esse motivo Gilse teve de continuar na clandestinidade, foi para São Paulo e reencontrou o marido, teve outra filha e foi convidada a comandar a militância no Ceará, onde permaneceu por nove anos.

Gilse é personagem do livro As Moças de Minas, de Luis Manfredini, editado pela Alfa Omega. Com o subtítulo Uma história dos anos 60, o livro narra a trajetória de cinco jovens ligadas à organização revolucionária Ação Popular (que, no início dos anos 70, viria a incorporar-se no PCdoB), em sua luta contra o regime militar então vigente no Brasil. Abandonaram a estabilidade e o conforto da vida que levavam nas cidades para se misturarem a operários e camponeses e neles despertar a semente das lutas sociais. Sentiram na carne as privações da clandestinidade, as dores das torturas e da prisão de companheiros e companheiras. Enfrentaram com bravura um dos mais terríveis aparatos repressivos da América, mas anos depois sua luta frutificaria, quando o regime militar por fim caiu.

Para Gilse o sonho não acabou, porque ela acredita que os jovens assim como todos devem continuar a luta. Pois hoje a polícia não fica na porta das escolas e faculdades reprimindo os estudantes como naquela época. O que falta é coragem para continuar a luta e não aceitar tudo o que o governo impõe ao povo.